terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ela, a arte!


Sempre fui muito grata a todos os professores que tive, e ainda sou... e escolhi os melhores que pude ter. E me lembro que durante aquela época o que eu realmente buscava não era a arte e sim uma maneira de usá-la para ser boa, embora isso não fosse consciente e me impulsionou a um apreder muito sólido.


Mas depois que aprendi muito, descobri que ainda não tinha visto nem compreendido a essência da arte. Então começou todo um processo singular, único e, porque não dizer, solitário. Foi então que ela, a arte, se revelou por inteiro.


Aprendi música com a própria música, isto devo dizer. Aprendendo a compreender a partitura sem os meus olhos pessoais, pude dela ouvir a fonte sonora daqueles signos e então ela, a música, me ensinou tudo, me ensinou quem ela era.


Às vezes imagino que ela também se revelava assim aos compositores, que tentaram descreve-las na partitura. Não seria então este o caminho que devíamos fazer? Olhar a partitura, desprovidos do ego e do aprendido, e ouvir a fonte sonora que originou aqueles signos? Qual seria então a intenção do compositor? Como ver a partitura sem usar os processos de pensamentos conhecidos? Como ouvir num estado de silêncio interior?

9 comentários:

  1. Temos que deixar
    que as propriedades emergentes e potenciais do todo, das partes e dos relacionamentos entre
    as partes e entre estas e o todo possam se manifestar. Mas analisando a música como um todo eu me pergunto, qual a nova necessidade músical que acompanha a nova era de informações e mudanças na consciência ?

    As teorias que surgiram no século XX, como Teoria do Caos, Fractal, complexidade, nos levam a sistemas infinitamente incertos, porém estão intrinsecamente ligados ao todo. A auto-similaridade proporciona um
    sentido de ordem a estruturas aparentemente desordenadas.

    A muito tempo os mestres que passaram na terra falaram do Agora, do amor, e da presença. O novo tempo nos diz que ninguém está separado um do outro, e a consciência pura infinitamente criadora de eternas possibilidades não pode restringir a música a apenas um túnel de realidade.

    Logo, a incerteza sozinha não pode ser analisada de forma reducionista, e a nova música não deveria depender de um único processo de criação, e sim, de uma rede complexa na qual cada complexidade age de forma rítimica com padrões aleatórios, e formam um novo fluxo dinâmico no qual cada parte pode ser compreendida como um todo.

    Então ouvir uma música, é abrir espaço para as portas da complexidade, e cada som ser interpretado de forma natural e intuitiva sem o pensamento lógico.

    Porém, acredito que tudo que escapa para o infinito perde totalmente o valor, e se torna incompreensível. Assim como a TOTAL imprevisibilidade da música.

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  2. A predominância da mente é apenas um estado na evolução da consciência. Seguir para o próximo estágio é uma necessidade de agora. O pensar e a consciência não são sinônimos. O pensar é uma parte da consciência. Pensamento não pode existir sem a consciência, mas a consciência não necessita do pensamento. Iluminar-se significa elevar-se acima do pensamento, e não cair de volta a um nível abaixo do pensamento (como um animal ou uma plata...). No estado de iluminação você ainda usa sua mente que pensa quando necessário, mas numa maneira mais focalizada e efetiva que antes. Você a usa majoritariamente para propósitos práticos, mas está livre do diálogo interno involuntário e existe quietude interior. Quando você usar sua mente, particularmente quando uma solução criativa é necessária, você oscila por alguns minutos entre pensamento e quietude, entre mente e não-mente. Não-mente é consciência sem pensamento. Apenas desta maneira é possível pensar criativamente porque apenas desta maneira o pensamento tem algum real poder. O pensamento por si só, quando não está mais conectado com o vasto campo da consciência, rapidamente se torna frágil, doentio e destrutivo. Todo verdadeiro artista, independente se ele é cônscio ou não disso, cria a partir da não-mente. Apenas quando você está consciente sem pensamento, você pode usar sua mente criativamente.

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  3. Onde está essa criatividade musical no século XXI ?

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  4. Como você percebe a criatividade no mundo de hoje? Como seria pra você este estado de criatividade na música? Qual sua visão?

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Criatividade pra mim é um insight brilhante no qual ficamos extasiados ao escutar, no caso da música, é o processo simples do não-pensar pensante.

    Mas ao falar de música e arte, o que é isso pra você ?
    Música pra quem ? música pra sociedade ? música pra individualidade ?
    Qual o papel do músico ? levar alguma coisa pseudo-intelectual com um ar de extrema não criatividade nem brilhantismo em prol da total rebeldia musical ?

    Ou criar algo excepcional que consiga entrar no seu cérebro, misturando todas as emoções humanas juntas, ao ponto de não conseguirmos dar nome a algo extremamente espontâneo, porém altamente criativo.

    Qual a verdadeira essência da música em relação a consciencia do ser ? Qual o proposito da música ?

    Vejo que o século anterior não conseguiu associar realmente as informações produzidas, com o ser humano. Como se o conhecimento estivesse contido num baú, no qual, ao invés de refletir, guardamos a 7 chaves de ouro, e o proclamamos como detentores da verdade.

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  7. Respondo seu comentário em "Arte Objetiva" que postei hoje, 12 jan 2011. Seus comentários são muito reveladores, instigantes e têm me impulsionado a mais revelar a verdadeira realidade da consciência. Obrigada!

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  8. "Como ouvir num estado de silêncio interior?"
    O que pensamos é parte do que somos, quando pensamos de forma consciente. Como ouvir sem interferir, se somos seres pensantes? Conseguimos distinguir com precisão até onde o que pensamos interfere em nossas conclusões? A musica que hoje existe ou que existe até hoje, sobreviveu sem interferências dos ouvintes? Supondo que ela preceda o pensamento, como passou a existir sem a interferência do compositor? Supondo que o compositor seja mero instrumento de transição, a interferência é um fato. Sendo assim, como ouvir sem interferir?
    Acredito que a música esteja no universo e que em ocasiões precisas ela é captada e transcrita e que esse é um processo evolutivo, justamente para que essa música interfira sim na reversão ou pelo menos numa alteração gradual do comportamento dos ouvintes, por esse motivo acredito que a interferência do ouvinte é inquestionável por ser fundamental nesse processo de alteração/transformação, muitas vezes alheia a sua própria vontade consciente. Por entender assim, levanto a questão: Como ouvir sem interferir, em silêncio interior ?

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  9. Quando ouvir, somente ouça! Não pense, não faça nada, apenas ouça!

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