sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Jongo (Lorenzo Fernandez) e a arte de Carlos Marcatti


Depois que encontrei esta gravação ao vivo que fiz na Europa nos anos 90, decidi compartilhá-la com todos e, ao mesmo tempo, revelar um pouco da obra visual de um grande artista - Carlos Marcatti.

Jongo é uma dança de negros que integra a 3a. Suite Brasileira de Oscar Lorenzo Fernandez. Em todas as minhas tounés pelo mundo, Lorenzo Fernandez (1897-1948) foi um compositor brasilerio sempre elogiado e apreciado. Ele fundou o Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, onde fiz meu mestrado em Musicologia. Em todas as platéias do mundo que toquei Jongo, o sucesso era estrondoso pela ritmica em movimento e crescendo contínuos até a apoteose no fim. 

Espero seus comentários quanto à interpretação, quanto à obra e quanto à relação que fiz com as obras de Carlos Marcatti, as quais ele as denomina de pinturas-esculturas. Apreciem!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Fórum Musical Fevereiro 2011



 Mestre, não sei como cantas.
 Fico apenas ouvindo, em silencioso deslumbramento.
 A luz da tua música ilumina o mundo.
 O sopro vital de tua música corre de céu em céu.
 A sagrada torrente de tua música rompe todos os obstáculos de pedra, e jorra.
 Meu coração anseia unir-se a teu canto,
 mas em vão luta para conseguir uma voz.
 Eu gostaria de falar, mas a palavra não se transforma em canto e, vencido, eu lamento.
 Sim, meu Mestre, tornaste meu coração prisioneiro na rede sem fim de tua música!
         
                                 Tagore


  O essencial é saber VER
  Saber VER sem estar a pensar,
  Saber VER quando se VÊ
  E nem pensar quando se VÊ
  Nem VER quando se pensa.

  Mas isto exige um estudo profundo
  Uma aprendizagem de DES-aprender...
           
             Alberto Caieiro





Da mesma forma que cada onda afunda no oceano, assim também cada momento regressa para sua fonte. A realização consiste em descobrir a fonte e permanecer ali.

Nisargadatta Maharaj





Para saber quem você é, crenças não estão em pauta. Você tem que ser capaz de esquecer completamente tudo o que acredita, tudo o que a mente expõe como realidade.
SATYAPREM



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Ouvir Consciente


Olhar ou ouvir pode ser uma das coisas mais difíceis da vida. Pois por vermos e escutarmos todo o tempo, perdemos a atenção viva e consciente de como se estivéssemos olhando e ouvindo pela primeira vez. Não são ações conscientes, mas atos mecânicos e repetitivos.

Quando falamos que vemos uma jabuticabeira, por exemplo, ou uma flor ou uma pessoa, nós a vemos realmente? Ou vemos meramente a imagem que a palavra criou? Ou a imagem que a mente já possui antecipadamente?

Quando ouvimos uma obra musical, nós a ouvimos realmente? Somos capazes de seguir o movimento dos sons sem o uso mecânico da mente (analisar, comparar, julgar e até produzir pensamentos diversos da obra?)

Olhar e ouvir a partir do silêncio interior requer apenas atenção que é uma ação sem esforço, passiva. Atenção ao que olhamos. Atenção no que ouvimos. E ao  mesmo tempo atenção aos movimentos da mente sem nos identificar com eles.

Neste estado de atenção consciente, silenciosa, somos capazes de continuar ouvindo som a som de uma obra musical, sem perder nenhum movimento de sons lineares ou simultâneos mesmo que a mente fique a pensar...  O foco está no ouvir a música! Os pensamentos são ocorrências que surgem e passam...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Aprender...

                                           Joana Lou

Tenho falado da importância do treinamento da mente para um aprender consciente. Hoje quero esclarecer uma camada mais profunda nesta nossa reflexão.

O treinamento da mente traz eficiência e conhecimento que são necessários mas ainda não traz completude. Uma mente que foi simplesmente treinada é uma continuação do passado, uma repetição de uma aprender de fora para dentro. Falando de uma maneira mais simples, repetimos o que aprendemos dos outros, sem reflexão e sem consciência.

Então, para um aprender consciente, devemos investigar tudo o que envolve o viver, e refletir se ainda a mente busca modelos a seguir e a repetir. Toda a educação que recebemos tende a enfatizar valores secundários, dando-nos apenas uma proficiência em conhecimento.

O verdadeiro significado da vida como um todo não é comumente de importância primeira. Mas se observarmos bem o que se passa dentro e fora de nós, podemos ver que a ênfase meramente ao conhecimento e à eficiência apenas gera conflito, separação e confusão. Pois assim é a natureza da mente que está morta pois foi apenas treinada a repetir e não a criar, refletir  e descobrir o novo!